O
jornalismo como um negócio começou nos Estados Unidos, no século XIX. Enquanto
na Europa, particularmente em França, o jornalismo era mais reflexivo, sendo visto
como um meio de debate de ideias na esfera pública, e não como um negócio, foi o
sentido mais empreendedor e comercial da sociedade norte-americana que vislumbrou
no jornalismo um novo modelo de negócio, que estaria na origem de grandes
impérios da comunicação à escala planetária. O mesmo aconteceu na Inglaterra. É
por isso que alguns investigadores falam do jornalismo como uma invenção
anglo-americana.
Os
jornalistas americanos e britânicos inventaram a concepção moderna de notícia e
organizaram os jornais com mais notícias e informação que quaisquer outros jornais
franceses contemporâneos, por terem melhores serviços de recolha de informação.
Há quem diga que práticas jornalísticas como reportagem e entrevistas se devem também
a jornalistas americanos.
Foi
nos Estados Unidos da América que a profissão de jornalista se desenvolveu,
sobretudo depois da Guerra Civil (1861-1865), com uma nova geração de
jornalistas, em que se destacaram Joseph Pulitzer – pioneiro na diversificação
de conteúdos de um jornal, pois considerava que a apresentação era tudo – e William
Randolph Hearst, entre outros nomes vindos da costa oeste americana, tais como
Mark Twain e Adolph Ochs (que seria o futuro proprietário do “New York Times”).
A deslocação para leste deveu-se ao facto de Nova York ser, já nessa altura, a
capital de meios dos EUA. Era lá que estavam as principais empresas, era lá que
estavam a mais importantes companhias de comunicações (telégrafo, telefone,
etc.).
A
história diz, portanto, que a profissão de jornalista já foi muito respeitada e
já teve maior reputação, em especial nos Estados Unidos das América, onde começaram
as primeiras empresas de comunicação, a partir de títulos de jornais nascidos
no século XIX. Ora, nesta segunda década do século XXI, é também nos Estados
Unidos da América que a percepção que os americanos têm da profissão de
jornalista está nas ruas da amargura.
Estar
sempre de plantão, enfrentar prazos curtos, trabalhar em um ambiente de
alta-tensão e ganhar pouco são os pontos que caracterizam aquela que muitos
consideram já a pior da América. Redações cada vez menores, orçamentos
pequenos, concorrência de notícias “online” e organização dos veículos de
comunicação fazem da profissão de repórter de jornal o pior emprego do país, segundo
indica uma pesquisa agora divulgada (ver aqui). Um perigoso sinal dos tempos.
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