terça-feira, 23 de abril de 2013

Repórter de jornal é a pior profissão dos EUA



O jornalismo como um negócio começou nos Estados Unidos, no século XIX. Enquanto na Europa, particularmente em França, o jornalismo era mais reflexivo, sendo visto como um meio de debate de ideias na esfera pública, e não como um negócio, foi o sentido mais empreendedor e comercial da sociedade norte-americana que vislumbrou no jornalismo um novo modelo de negócio, que estaria na origem de grandes impérios da comunicação à escala planetária. O mesmo aconteceu na Inglaterra. É por isso que alguns investigadores falam do jornalismo como uma invenção anglo-americana.
Os jornalistas americanos e britânicos inventaram a concepção moderna de notícia e organizaram os jornais com mais notícias e informação que quaisquer outros jornais franceses contemporâneos, por terem melhores serviços de recolha de informação. Há quem diga que práticas jornalísticas como reportagem e entrevistas se devem também a jornalistas americanos.
Foi nos Estados Unidos da América que a profissão de jornalista se desenvolveu, sobretudo depois da Guerra Civil (1861-1865), com uma nova geração de jornalistas, em que se destacaram Joseph Pulitzer – pioneiro na diversificação de conteúdos de um jornal, pois considerava que a apresentação era tudo – e William Randolph Hearst, entre outros nomes vindos da costa oeste americana, tais como Mark Twain e Adolph Ochs (que seria o futuro proprietário do “New York Times”). A deslocação para leste deveu-se ao facto de Nova York ser, já nessa altura, a capital de meios dos EUA. Era lá que estavam as principais empresas, era lá que estavam a mais importantes companhias de comunicações (telégrafo, telefone, etc.).
A história diz, portanto, que a profissão de jornalista já foi muito respeitada e já teve maior reputação, em especial nos Estados Unidos das América, onde começaram as primeiras empresas de comunicação, a partir de títulos de jornais nascidos no século XIX. Ora, nesta segunda década do século XXI, é também nos Estados Unidos da América que a percepção que os americanos têm da profissão de jornalista está nas ruas da amargura.
Estar sempre de plantão, enfrentar prazos curtos, trabalhar em um ambiente de alta-tensão e ganhar pouco são os pontos que caracterizam aquela que muitos consideram já a pior da América. Redações cada vez menores, orçamentos pequenos, concorrência de notícias “online” e organização dos veículos de comunicação fazem da profissão de repórter de jornal o pior emprego do país, segundo indica uma pesquisa agora divulgada (ver aqui). Um perigoso sinal dos tempos.

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