sexta-feira, 1 de março de 2013

O espaço digital como balcão de atendimento



A Internet provocou uma revolução jamais vista em qualquer outro meio de comunicação entre seres humanos. Foi uma revolução tão grande que alterou completamente o perfil, o comportamento e os hábitos de consumo da sociedade contemporânea. Os consumidores deixaram de ser agentes passivos e tornaram-se mais informados e mais exigentes, querendo participar, opinar, interagir e colaborar com as marcas. Também passaram a poder criticar as marcas, de igual para igual e à vista de toda a gente. A Internet está, por isso, na base de profundas alterações verificadas na relação empresa-consumidor.
Antes da Internet 2.0, as organizações tinham o controle da comunicação e do relacionamento com a sociedade. A comunicação era unidirecional, de cima para baixo. O acesso aos meios de comunicação era restrito e os consumidores eram meros agentes passivos. Foi o caráter colaborativo e interativo da Internet 2.0 que ofereceu condições para o consumidor expressar livremente sua opinião ao nível global, dando origem a um novo consumidor, mais ativo e conhecedor dos seus direitos, que passou a utilizar cada vez mais a Internet para buscar e gerar informações sobre empresas, marcas, produtos e serviços, deixando as organizações muito vulneráveis. Agora, as vozes dos consumidores são ouvidas em todos os lugares – blogs, sites, redes sociais, caixas de comentárias das edições digitais das mídias tradicionais e outras ferramentas colaborativas.
Essa mudança no perfil comportamental do consumidor fez com que as organizações buscassem formas de comunicação e relacionamento interativos ou dialógicos. Por outras palavras, as empresas deixaram de falar para os clientes e passaram a ter necessidade de falar com os clientes, comunicando ao mesmo nível. O que faz toda a diferença. Para isso, as empresas passaram a utilizar as mídias sociais – o novo ambiente comunicacional da Internet, como estratégia para influenciar positivamente os seus públicos de interesse, buscando construir reputação, criar uma imagem positiva, informar e persuadir pessoas, engajando os consumidores em torno da marca através de conteúdos interessantes.
Vivemos uma era da sociedade de informação em que o poder de comunicação conferido aos consumidores através da Internet faz com que um usuário digital que compartilhe uma opinião nas mídias sociais (influenciador) tenha mais força do que o próprio formador de opinião (empresa ou organização). E é essa confiança nas mídias sociais que faz com que as organizações queiram utilizá-las cada vez mais para se aproximarem dos consumidores e, assim, fortalecer o relacionamento com a comunidade de clientes.
Em face deste novo quadro, mais do que nunca, as empresas precisam de comunicar e de saber comunicar. E precisam produzir a sua própria informação. Agora, a relação direta e permanente com clientes e possíveis clientes é mais difícil e mais complexa, exigindo às empresas profissionais capacitados e muito experientes nas relações humanas.
Por isso, o perfil de um gestor de conteúdos digitais é cada vez mais complexo. Há uns anos, as empresas procuravam alguém com alguma capacidade de comunicação, conhecimento da empresa e apetência para as novas tecnologias. Hoje não é assim. Escrever frases bonitas já não é suficiente. O gestor de conteúdos digitais tem que ter uma boa capacidade analítica, precisa ter conhecimentos de economia, psicologia e sociologia. Tem de entender a cultura do público-alvo. Precisa conhecer bem o setor onde a empresa atua e tem de ter uma boa capacidade de reação a situações inesperadas. 
Basta lembrar uma coisa elementar: geralmente, a primeira impressão é a mais importante. E não costumamos ter duas oportunidades. Ora, na maioria das vezes, o primeiro contato de um cliente com uma empresa acontece justamente no espaço digital. 

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