domingo, 10 de julho de 2011

O que as pessoas fazem nas redes sociais


Antigamente, as pessoas encontravam-se nos cafés. Em Portugal, o acto de “tomar um café” é o pretexto comum para um encontro, um momento de convívio, um momento de comunicação interpessoal. Numa sociedade em rede, o gesto cultural bem português de “tomar um café” ou de “parar no café”, para um encontro com os amigos, passou à história. Hoje, as pessoas tomam o seu café em casa, feito na máquina que compraram para o efeito. E encontram-se umas com as outras logo a seguir, através do seu computador pessoal ou do seu telemóvel, numa rede social, onde podem falar com mais do que uma pessoa ao mesmo tempo (estejam essas pessoas onde estiverem), saber as últimas notícias, ver o vídeo do programa de TV favorito, namorar, ouvir música, decidir onde é que vão almoçar ou jantar, “et cetera”. E numa outra "janela" do ecrã do computador podem consultar o saldo bancário, escrever um e-mail, mandar ou receber textos e imagens, fazer uma transferência bancária, pagar uma factura em atraso ou fazer uma compra qualquer. Tudo isso é possível sem sair do ecrã, sem sair de casa ou de qualquer lugar. O computador ou, mais concretamente, o acesso à Internet, facilitado por essa máquina prodigiosa e revolucionária chamada telemóvel, tornou-se numa espécie de prolongamento da nossa existência física.
Os consultores de comunicação e os comunicadores das empresas e das instituições estão atentos a estas mudanças sociais. De acordo com um estudo realizado em 2009 nos EUA, 92% das empresas utilizavam as redes sociais ou estavam a planear iniciativas nesse sentido e, para mais de 70% das empresas, o mundo das redes sociais era ainda uma novidade com dois anos ou menos do que isso. Estes dados significam que a realidade das redes sociais é muito recente.
A atenção e a preocupação das empresas e das instituições privadas e governamentais com o que acontece nas redes sociais são muito importantes. A sua adesão ao admirável mundo da comunicação em tempo real possibilitado pelas redes sociais também é um bom indicador. Mas, por si só, não é suficiente para uma existência digital de sucesso. Num próximo texto sobre as redes sociais abordarei a questão da presença.

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