segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um retrato dos cinco diários generalistas portugueses

CORREIO DA MANHÃ (www.cmjornal.pt)  – Tendo como fundador e primeiro director o jornalista Vítor Direito, o CM iniciou a sua publicação em 19 de Março de 1979, direccionado para um público popular e residente no sul do País. Hoje é propriedade do grupo Cofina. Dando grande destaque aos assuntos de sociedade, em particular ao noticiário oriundo das polícias e tribunais, o CM aposta em textos curtos e focalizados no essencial, sendo um jornal de leitura fácil e rápida. Desde sempre, o CM tem sido um sucesso de vendas, o que se confirma para vida efémera de alguns títulos que tentaram, sem êxito, ocupar o seu espaço: “Manhã Popular”, um diário que durou poucos meses, em finais da década de 1990, e “24 Horas”, que encerrou em 2010. Dirigido pelo jornalista Octávio Ribeiro desde 2007, o CM é hoje o jornal mais lido de Portugal, com uma tiragem média diária de 126 mil exemplares, segundo dados da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens (APCT) relativos a 2010.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS (www.dn.pt) – Fundado em 1864, é o jornal diário de circulação nacional mais antigo de Portugal. Quando foi lançado, seguiu como estratégia de implementação e consolidação a prática de um jornalismo moderno e informativo. Foi o primeiro jornal português a introduzir dois novos géneros jornalísticos: o editorial e a grande reportagem. Em finais do século XIX contou com os escritores Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Pinheiro Chagas entre o grupo de colaboradores. Após a instauração da República (1910) e a época tumultuosa que se seguiu, o DN passou a ser uma sociedade anónima, que seria convertida na Empresa Nacional de Publicidade, em 1928, controlada pela Companhia Industrial de Portugal e pela Caixa Geral de Depósitos. A década de 1940 ficou marcada pela inauguração de novas instalações, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde se encontra actualmente. Na sua longa história, o DN foi testemunha de grandes mudanças verificadas na vida política em Portugal, designadamente a queda da Monarquia, a implantação da República, o golpe militar de 1926 e a instauração do Estado Novo, o 25 de Abril de 1974, a transição democrática, a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia e à Moeda Única. Ao longo de todo este tempo que conheceu já três séculos diferentes, o jornal seguiu políticas editoriais e gestões muito diversificadas e conheceu vários proprietários, incluindo empresas públicas e privadas. Actualmente, pertence à Global Notícias, uma empresa do Grupo Controlinveste Media, de Joaquim Oliveira, sendo o seu director o jornalista João Marcelino. Em 2010, o jornal registou uma tiragem média diária de 30 mil exemplares.


I (www.ionline.pt) – Um “i” minúsculo é o título do mais novo jornal diário generalista da imprensa portuguesa,  cujo primeiro número foi lançado em 7 de Maio de 2009. Foi o primeiro jornal diário português de âmbito nacional do século XXI e surgido numa época de crise económica. Tem uma periodicidade diária, de segunda-feira a sábado (não se publicando ao domingo, o que é uma inovação entre os diários nacionais). O “i” tem um formato mais pequeno do que os jornais convencionais, é totalmente a cores e é agrafado. Foi distinguido com os prémios "Melhor Jornal Europeu" de 2009, atribuído pela European Newspaper Award, e "Jornal mais bem desenhado da Península Ibérica" de 2009, atribuído pela Society for News Design, concurso onde ganhou um total de 31 prémios. O jornal britânico “The Guardian” considerou o jornal “i” um dos jornais mais inovadores do mundo. Em Fevereiro de 2011, o jornal “i” venceu o prémio máximo da Society for News Design (SND). O júri, formado por cinco profissionais da comunicação da Alemanha, dos Estados Unidos da América (EUA), da Rússia e do Canadá destacou o carácter inovador do projecto e considerou que o matutino lançado em 2009 pelo Grupo Lena tem o “melhor design do mundo”. O jornal tem sede no Taguspark – Parque de Ciência e Tecnologia, em Oeiras, e pertence à Lena Comunicação, do Grupo Lena, que detém uma dezena de outros títulos regionais, um canal de TV na internet e duas rádios locais. A redacção é composta por 74 jornalistas que asseguram as edições impressa e “online” do jornal. O primeiro director foi Martim Avillez Figueiredo, que se manteve em funções até Abril de 2010, altura em que foi substituído no cargo pelo jornalista Manuel Queiroz. O “i” fechou 2010 com uma média diária de 10 mil exemplares vendidos.


JORNAL DE NOTÍCIAS (www.jn.pt)  – Fundado em 1888, no Porto, o JN é um dos maiores jornais diários portugueses, disputando a liderança do mercado, nos últimos anos, com o “Correio da Manhã”. Em finais do século XX, o JN chegou a ser o jornal diário mais vendido em Portugal, dominando o mercado dos diários de informação geral no Norte e Centro do País, com tiragens diárias acima dos 100 mil exemplares, sendo conhecido pela sua aposta numa informação regional diversificada e de proximidade. Actualmente é o segundo jornal diário mais lido. Tal como o “Diário de Notícias”, o JN pertence ao Grupo Controlinveste Media, tendo como director o jornalista Manuel Tavares, que acaba de assumir funções. O JN tem por objectivo estratégico travar a queda nas vendas e regressar à liderança entre os jornais diários portugueses, apostando na informação regional de proximidade como elemento distintivo, como aconteceu no passado. Em 2010, registou uma tiragem média diária de 85 mil exemplares.


PÚBLICO (www.publico.pt) – Fundado em 5 de Março de 1990, o “Público” foi o primeiro jornal diário português de qualidade internacional, tendo sido responsável pela mudança de conteúdos que atravessou a grande maioria dos jornais portugueses (e outros meios de comunicação...)nos anos da década de 1990. Pertencente ao grupo empresarial Sonae, liderado por Belmiro de Azevedo, o “Público” teve como primeiro director o jornalista Vicente Jorge Silva, que tinha feito escola no semanário “Expresso”, tendo lançado no “Público” um jornalismo reflexivo e crítico da actualidade, que ainda hoje constitui uma referência, pela qualidade dos textos e pelo rigor da escrita. O “Público” acompanhou a modernização tecnológica, tendo sido o primeiro jornal português impresso a cores e com edições simultâneas em Lisboa e Porto, chegando, assim, todas as manhãs, ao mercado de todo o País. Com uma equipa de jornalistas de grande qualidade, o “Público” apresentou-se muito forte na informação internacional, cultural e política, mas também apostou numa informação regional de qualidade, com a edição de dois cadernos (Local Porto e Local Lisboa), e numa informação económica e desportiva muito rigorosa. Durante algum tempo, a empresa gestora do “Público” teve participações no seu capital social de empresas de comunicação estrangeiras, nomeadamente as detentoras dos diários “El País” e “La Repubblica” (Itália). Hoje, o “Público” integra a sub-holding da Sonae para as áreas da comunicação, a Sonaecom. Em 1995, o “Público” foi o primeiro jornal português a lançar uma edição digital na Internet. Tendo Bárbara Reis como directora, o “Público” é o único jornal diário português dirigido por uma mulher. Em 2010, registou uma tiragem média diária de 34 mil exemplares. 

2 comentários:

Anônimo disse...

O seu blogue é uma boa leitura.
Mas atenção: não condundir tiragem com vendas.

Anônimo disse...

*confundir