sexta-feira, 10 de junho de 2011

JN acorda para a realidade


O novo director do Jornal de Notícias (JN), Manuel Tavares, quer reforçar a componente regional do diário portuense e competir com o “Correio da Manhã” sem entrar numa vertente sensacionalista. É uma decisão estratégica que se saúda, pois mostra, antes de mais, que a nova direcção do matutino sabe, pelo menos, que está no Norte.
Nesse quadro, vai acabar, dentro de algumas semanas, o suplemento "JN Cidades", um falhanço editorial e comercial que se adivinhava, dado o modelo de distribuição. Esperemos também que acabem as edições diferenciadas para o Porto, para o Interior e para o Sul, as quais só servem para deixar o país real ainda mais longe dos centros de decisão.
No fundo, podemos dizer que o JN está a acordar para a realidade. Antes que seja demasiado tarde. Nos últimos anos tem perdido mercado, mantendo, ainda assim, uma tiragem média de 85 mil exemplares, segundo dados da Marktest.
A questão é saber como será possível fazer um bom jornal para o Norte com alguns centros de decisão já transferidos para Lisboa, nomeadamente ao nível da informação económica, em vias de ser concentrada no projecto "Dinheiro Vivo", retirando autonomia à redacção nortenha e identidade ao produto jornalístico.

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