terça-feira, 12 de abril de 2011

Paul Moreira e as novas censuras


Nos meios de comunicação, a censura do corte, através do lápis azul, como no tempo da ditadura de Oliveira Salazar, já pertence à história. Hoje, a informação combate-se com informação. Paul Moreira, jornalista e investigador francês, luso-descendente, escreveu o livro “As Novas Censuras – Nos Bastidores da Manipulação da Informação” (edição portuguesa das Publicações Europa-America, 2088), onde dá a táctica aos assessores mediáticos da actualidade: “Se a verdade aparecer, há que fazer pressão sobre os mediadores capazes de a substituir... Se a verdade for difundida pelos ‘media’, há que controlar o impacte sobre a opinião e tudo fazer para que não seja ouvida e, sobretudo, para que não crie uma emoção popular."
Como não é possível esconder, há que fazer o controlo da informação no controlo da memória. “Todo o trabalho dos gabinetes de relações públicas, dos conselheiros de comunicação, é um trabalho de gestão do que vai ficar retido na memória, e de gestão da emoção pública, porque sabemos que o mundo muda cada vez que a emoção pública ultrapassa um certo nível”, afirma Paul Moreira, numa entrevista ao jornalista José Miguel Sardo (cf. “Diário de Notícias”, 30-07-2007).
Por isso, cabe ao jornalismo “confirmar a veracidade do espectáculo que nos é apresentado, seja a reputação ou a imagem de uma empresa, de uma instituição ou de um homem político”. Diz Paul Moreira: “O jornalista faz a diferença de cada vez que cria emoção pública através de um bom trabalho de investigação apoiado por uma sociedade civil eficaz.”

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